“Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós. Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós. E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano.” (Juízes 9:8-15).
Estamos passando por um momento político e econômico de extrema delicadeza. Denúncias de corrupção e desmando permeiam por todo o sistema de governo, num círculo vicioso que engessa a economia e paralisa a Nação. A impressão é de que estamos sendo governados por um espinheiro, como mostra o texto de Juízes, posto que a oliveira, a figueira e a videira não aceitaram a proposta para governar. Então, as demais árvores disseram ao espinheiro: “Venha você e reine sobre nós.” O espinheiro aceitou, na condição de que todos se refugiassem à sua sombra e aninhassem sob a sua cobertura. Mas espinheiro não produz sombra, e, sim, espinhos. Também não pode oferecer nenhuma cobertura, apenas provocar feridas.
Como na reunião das árvores no livro de Juízes, este é um ano de eleições e teremos, mais uma vez, que escolher nossos representantes para as prefeituras e câmaras municipais. Como cristãos, precisamos saber escolher a quem vamos ungir “rei” sobre nós.
Portanto, antes de votar em alguém, analise se ele é portador dos cinco “Cs”: Caráter, Compromisso, Companheirismo, Consagração e Cristão. Não podemos nos deixar enganar por uma pessoa que aparece na igreja apenas na época das eleições, apresentando uma falsa conversão, para aproveitar de evangélicos incautos, oferecendo-lhes migalhas do inferno. Não pode mais ser assim. Temos que analisar bem e escolher aquele político que é íntegro, honesto e que não tem problemas em prestar contas. É imperativo que seja um bom político cristão, comprometido com o Reino de Deus, sensível às questões sociais, que apresente projetos de leis para o bem do povo e da Igreja e que, sobretudo, deixe uma luz de bons exemplos para as novas gerações.
Por outro lado, para que se faça uma política eficaz, que redunde apenas no bem da sociedade, não podemos votar em alguém apenas por ser evangélico. Temos que escolher para nos representar, pessoas que sejam preparadas e competentes, com princípios éticos e morais, seja como vereador, prefeito, deputado, governador ou presidente da República.
Assim como há o bom, há também o mau político. O que não nos faltam, são exemplos negativos de políticos. Temos que aprender a separar o joio do trigo. É preciso entender que o Brasil não é mais uma republiqueta, um quintal doméstico. Política é coisa séria. Que o Senhor nos abençoe.
Pr. Jorge Linhares Texto adaptado por Ivany Rocha, a partir do Livro “O Político” (Jorge Linhares) Fonte: getsemani.com.br